21 de mai. de 2010 CARNE COM GOSTO DE MEDO


O velho desceu as escadas com um saco de lona na mão. Estava fazendo o mesmo caminho de todas as noites, depois que fechava a casa para se recolher. A velha e grande casa possuía uma arquitetura que as mais recentes, preocupadas com a otimização de espaço, não tinham mais. Era um sobrado antigo e maltratado pelo tempo, mas percebia-se que tinha uma estrutura sólida e com detalhes que revelavam o bom gosto de quem o construiu, tais como o telhado com eira e beira, além dos azulejos trabalhados que revestiam as paredes com uma miríade de tons de azul. Como toda boa casa antiga, possuía um poço nos fundos e muitas plantas no quintal. Embora detentora de todos estes atributos, predominava no local um ar de melancólico abandono, justificado pelo fato de ter como único responsável pela sua manutenção um alquebrado senhor de pouco mais de 60 anos, dos quais os últimos 12 deles vinham sendo de reclusão quase completa. Há exatos 12 anos sua esposa, que então estava grávida, morrera ao dar a luz ao 1° filho do casal, depois de anos de tentativas frustradas de engravidar. Para todos os efeitos, o bebê havia morrido junto com a mãe, mas apenas o pai sabia da cruel realidade. Desde então, sua vida se resumia a trabalhar como marceneiro em sua própria casa, onde recebia pedidos sob encomenda, e em acompanhar com um misto de horror e piedade ao crescimento do seu filho Ezequiel.

O velho chegou ao fim das escadas que conduziam até ao porão, outra regalia dos velhos casarões. Este espaço, onde outrora fora apenas um local para guarda de matéria-prima, agora era a morada do seu estranho filho. O velho girou a maçaneta. A porta rangeu e se abriu lamentosamente, o que causou duas reações. A 1ª foi que a porta, ao se escancarar como uma boca obscena, liberou de seu interior um ar gélido e de odor indefinido. Um cheiro que lembrava terra, mofo e carniça ao mesmo tempo. O velho imaginava que um cadáver exumado certamente teria um cheiro similar ao que agora invadia suas narinas. A 2ª foi que o saco de lona que o velho trazia subitamente ganhou vida e começou a mover-se, como se o seu conteúdo estivesse vivo.

E estava.

- Oi, papai! – disse uma voz que vinha de dentro da escuridão – Já tava com saudades!

Era fácil perceber que era uma voz de criança, mas havia algo de estranho nela. Era mais aguda do que a voz de um menino de 12 anos deveria ser. Não que parecesse afeminada, muito pelo contrário. A impressão era que não era uma voz de gente. Era algo meio animal, como o guincho de um roedor.

- Olá, Ezequiel – disse o velho, que tateou a parede ao lado até encontrar o interruptor, acendendo próximo de si uma pequena lâmpada amarela que, longe de iluminar o local, apenas transformava o cenário, saindo do mais completo breu para uma penumbra sepulcral.

Com a parca luz era possível ver que o porão fora adaptado para acomodar o pequeno Ezequiel. Os estoques de madeira continuavam no lugar, mas ainda sobrava muito espaço, visto que a área do porão era quase tão grande quanto metade da área da casa. Logo após as madeiras, que ficavam perto da porta para facilitar o transporte, havia uma cama de solteiro, uma pequena mesa e duas cadeiras, todas construídas na própria oficina da casa (o garoto ajudou a construir boa parte dos móveis, mostrando que herdara as habilidades de carpintaria do pai). Havia também uma pequena lousa e alguns livros mais adiante, onde Ezequiel recebia aulas do pai, que já passara para o filho todo o pouco conhecimento que a escola havia lhe dado. Ezequiel gostava muito de ler, principalmente revistas em quadrinhos. Por fim, havia uma antiga televisão de 14’’ e, junto à parede no fim do porão, vários móveis antigos ou defeituosos, guardados para possíveis eventualidades, afinal, nunca se sabe quando se pode precisar do tampo de uma mesa ou da perna de uma cadeira.

- Eu trouxe o seu jantar, meu filho – disse o velho, sorrindo complacentemente e estendendo o saco sacolejante em direção às trevas do porão.

- Oba! – disse Ezequiel.

Não era possível ver o garoto que estava nos fundos do porão, na parte menos iluminada. O som leve de passos apressados precedeu a emersão do garoto de dentro da escuridão. A luz amarelada da lâmpada incandescente revelou uma sinistra silhueta de pouco menos de 1,60m, vestido com um calção preto e uma camiseta surrada. Tinha a cor da pele oscilando entre o azul e o cinza e em alguns pontos, como nos ombros e cotovelos, a pele tinha aspectos mais escuro e áspero, tal qual couro. Seus membros superiores eram finos e cumpridos, com as mãos indo abaixo dos joelhos. Seus dedos também eram longos e com unhas pontiagudas com as de um felino. O estranho corpo era todo coberto por uma fina e rala pelagem e não havia cabelos, cílios ou sobrancelhas. O rosto possuía um nariz muito arrebitado, de modo que era possível ver facilmente os orifícios das narinas. Os olhos eram assombrosamente grandes se comparados com o rosto, sendo 2 vezes maiores que o normal. A íris amarelada e pupila fendida davam uma aparência animalesca ao garoto, que sorriu com seus dentes serrilhados ao se aproximar do pai.

- O que você trouxe pra mim, pai?

Como que respondendo ao garoto, um miado saiu de dentro do revolto saco.

- Oba, pai! Adoro gatinhos!

- Não foi fácil pegar esse, Ezequiel. Mas como eu sei que você gosta, dei um jeitinho – disse o velho, afagando a cabeça do garoto, que lhe abraçava a cintura com genuíno carinho. O velho não sabia se seu filho era assim por causa de alguma doença rara, maldição ou castigo divino. Mas sabia que não cabia a ele questionar, afinal, ele era tudo que seu filho tinha. E depois da partida de sua esposa, o garoto também passara a ser o mundo do velho. Apenas uma coisa lhe preocupava, além de evitar que seu filho tivesse contato com outras pessoas, que iriam taxá-lo de monstro. Eram os nada convencionais hábitos alimentares de Ezequiel. Tão logo aprendera a falar e andar, já mostrava apetite para carne.

Crua.

No último ano, aprendera a caçar e comer os ratos que vez por outra aparecem pela casa. Ele passava a manhã toda no porão, visto sua sensibilidade ao sol. Mas quando o astro-rei se punha, o garoto subia para andar pelo grande terreno na casa. Foi nesses passeios que desenvolvera a habilidade de caçar. Por duas vezes conseguira pegar uma rolinha que pousara no chão do jardim em busca de comida. Ver o filho sorridente enquanto mastigava as vísceras das suas presas certamente chocara o velho pai. Até quando os muros daquela casa segurariam o garoto? Até onde iria a fome de Ezequiel? Mas acima de tudo estava o amor incondicional e a certeza de que o garoto aquilo não fazia por mal. Por isso, sempre que podia, o pai trazia-lhe algum animal para segurar o desejo de caçar do pequeno.

- Obrigado, papai! – disse Ezequiel, pegando o saco com suas mãos de dedos longos.

- De nada, garotão! Agora vou subir, filho. Já são quase 10 horas e eu tenho que acordar cedo para terminar a estante do seu Antônio. Você me ajuda?

- Sim, papai!

O velho olhou para o filho com carinho, mas seu semblante mudou ao perceber um detalhe. Entre as várias manchas antigas da rota camiseta que Ezequiel usava, havia algumas que se destacavam por serem recentes e detentoras de um vermelho vivo.

Sangue.

Na mesma hora, um pequeno rangido se fez ouvir no fundo do porão.

- Ezequiel, meu filho. Quantas vezes já te disse para não comer esses ratos do porão? Eles são sujos. Prometa que não vai mais fazer, tá certo? Senão não te trago mais nada vivo.

- Tá, pai. Desculpe – disse Ezequiel, fazendo cara de quem foi pego com a boca na botija.

- Ótimo. Agora vou dormir. Suba um pouco se quiser. Você não saiu daqui de baixo hoje.

- Tá certo, papai. Só vou jantar e aí eu subo!

- Certo. Ah! Lembra aquele carro que eu te disse que apareceu hoje de manhã na estrada aqui do lado? Aquele que tava abandonado e com pneu furado? Você acredita que o dono não apareceu? O delegado acha que é coisa de quadrilha que rouba carros pra fazer assalto e depois abandona. Disse que ele devia estar lá desde a madrugada.

- Nossa... Mas será que foi isso mesmo, papai?

- Não sei, filho. Mas eu não duvido. Tem muita gente ruim por aí. Nem a nossa cidadezinha escapa desse povo. Mas não precisa se preocupar. Nós estamos seguros aqui. Boa noite, filho.

- Boa noite, papai!

O velho voltou por onde veio e fechou a porta, deixando o garoto sozinho. Ezequiel abriu o saco e retirou um gato rajado de dentro. Era um gato ainda jovem, com menos de um ano de idade.

- Oi, gatinho. Desculpe, mas hoje eu não quero brincar com você – disse Ezequiel, pegando o gato e olhando-o nos olhos – Eu arranjei um amiguinho novo perto da estrada. Eu tava no telhado quando vi que o pneu do carro dele furou na estrada aqui pertinho! Aí eu fui lá rapidinho e trouxe ele pra cá! Ninguém me viu! Mas não diga pro papai, tá certo? Vai ser o nosso segredinho! – riu Ezequiel, fazendo sinal de silêncio para o gato, colocando o dedo indicador diante dos lábios. O garoto largou o gato no chão e foi até os fundos do porão, onde estava antes do pai chegar. Dirigiu-se para trás de uma velha mesa que estava deitada de lado.

- Desculpe a demora, amiguinho, mas é que meu pai veio me ver. E você quase que estraga tudo fazendo aquele barulho. Meu pai não pode saber que você está aqui!

Detrás da mesa havia um homem. Estava deitado com as mãos e pés amarrados e boca coberta por uma substância translúcida que o impedia de falar. Ezequiel passara cola de madeira na boca do homem, que estava acordado, mas muito debilitado devido às quase 24h em que estava naquela posição, bem como ao grande ferimento na parte externa da sua coxa esquerda, onde a calça fora rasgada e a carne dilacerada. Ao ver o garoto, o homem arregalou os olhos, mas já não tinha mais forças. Apenas as lágrimas que agora desciam pela suas faces davam noção do que o homem sentia naquele momento.

- Agora que papai foi dormir a gente pode voltar a brincar – disse Ezequiel, lambendo os lábios. O homem tentou gritar, mas não conseguiu. Tentou se mover, mas estava muito fraco e Ezequiel tinha muita força. Avançou por cima do homem e cravou os dentes do ferimento da sua perna, arrancando mais um pedaço de carne. Próximo deles, o gato rajado subiu em uma mesa e acomodou-se para dormir.

Ezequiel não quis comer gatinhos pelo resto da semana, o que deixou seu pai muito feliz.



Eles vinham durante a noite. Começaram dominando a pensão. Depois, tomaram cidade. Agora só nos resta aguardar o derradeiro ataque.

Tudo começou há duas semanas, quando havia recentemente chegado de viagem, esperando achar tranqüilidade. Que grande engano meu não observar a perda de tempo. Na pensão, a sra. Morgan era gentil e cordata com seus pensionistas. Tinha uma única filha solteira, e através dela tudo começou. A peste veio rápido, deixou a moça de cama. Mesmo com o auxílio do doutor, não houve o que a salvasse daquele mal. Em dois dias estava morta. O que se ouvia então na pensão eram os delírios da moribunda chamando por um certo Henry, e os lamentos da mãe. Isso foi o que me deixou mais intrigado naquele momento. O doutor fez a autópsia, constatando o que já sabia. Não era nada conhecido por ele, mesmo depois de anos de medicina.

Na noite seguinte após a morte da jovem, fui surpreendido em meu quarto por alguém que tentava entrar a força. Como não respondia às minhas perguntas, percebi que sussurros adentravam em minha mente, e me induziam a abrir a porta para o que estava do lado de fora. Despertei graças aos gritos do doutor que estava lá embaixo e me implorava que pulasse pela janela. Antes que a criatura conseguisse seus intentos, saltei rapidamente e acompanhei-o até a praça. De longe notei que algo urgia de meus aposentos, desesperada procurando meus rastros. Aquelas sombras de longe pareciam extremamente semelhantes à silhueta da sra. Morgan, mas o aspecto asqueroso da coisa desmentia minhas conjecturas.

Mais tarde fui alertado por meu salvador de que o cadáver da pobre jovem não era mais um simples cadáver. Algumas horas depois de deixar o corpo no necrotério, ele já não estava mais lá. Tudo o que havia restado era um aroma doce que se espalhava pelos restos putrefatos remexidos em toda a sala. Como se algo houvesse violado os mortos para sugar-lhes algo que lhes talvez lhes restasse para saciar a própria fome animal. Antes que ele pudesse analisar corretamente o que havia acontecido, do lado de fora ouviu um ruído suave, chamando ao longe outra pessoa. Observando o que era, não pôde acreditar. A recém- falecida senhorita estava de pé na rua deserta, cantando para alguém que se aproximava hipnotizado. Mas o estado da jovem era aterrador. Um rosto demoníaco se via todo manchado de sangue. Olhos fundos, sem vida, e uma bocarra escancarada com pontiagudos caninos que se moviam de acordo com as palavras pronunciadas pelo ente, tal qual uma sereia que encanta os marujos no mar. A outra figura era a própria mãe da jovem, que vinha descalça e com lágrimas nos olhos ao encontro da filha, julgando Deus ter ouvido suas preces. O doutor tentara avisar a sra. Morgan para que não se aproximasse da besta, mas tudo em vão. A velha só parou quando, diante da criatura, esta a tomou nos braços e cravou com desejo as presas na mãe, sedenta pelo sangue obtido. Ele correu para fora armado com sua Winchester 46, mas isso só serviu para que a atenção do demônio se voltasse para ele. Depois de muito fugir, aconteceu dele me salvar minutos antes da sra. Morgan e sua filha no quarto da pensão.

No primeiro momento não acreditei nas palavras do doutor, tentando encontrar algo racional em que firmar minhas verdades. Não acreditei até ver os movimentos que se esgueiravam ao nosso redor. Comecei a ouvir novamente vozes estranhas dentro de minha mente. Era como se algo infernal e ao mesmo tempo sedutor tentasse me ludibriar, enquanto se aproximava gentilmente de onde estávamos na praça. "Venha até mim e ganharás vida eterna." Mais uma vez o doutor conseguiu me desvencilhar do encanto. Ao voltar à realidade, vi que o as vozes magníficas não passavam de um chamado dos cadáveres humanos para que eu alimentasse sua fome e fortalecesse seu exército, que dominava a cidade.

Fomos obrigados a correr, desesperadamente. E percebi que não éramos os únicos naquela sina. Havia um terrível caos tomando conta de todos os lugares. Pessoas corriam tentando se salvar, enquanto outros tombavam pela força descomunal apresentada pelos seres semi-vivos. Seres que bebiam o sangue de suas vítimas e as tornava em pouco tempo semelhantes a elas. De repente nos vimos cercados por todos os lados, prestes a ficar sem uma saída. O doutor já estava sem munições ante tantos alvos incessantemente persistentes, que permaneciam de pé mesmo depois de alvejados diversas vezes. A Winchester era inútil. Era o fim. De repente, começaram as criaturas a recuar desesperadamente, como se temessem algo mais mortal que sua própria sede. Ainda não havíamos percebido, mas graças a Deus era o sol que vinha nos livrar.

Claro que ninguém ali imaginava o que poderia estar realmente ocorrendo, sabendo apenas que eles temiam o sol, e chamavam por algum tipo de líder maior denominado Henry. Nos preparamos para lutar, mas em vão. Chegada a noite, éramos cruelmente massacrados, mesmo em meio aos maiores esforços. O doutor estava gravemente ferido e noite após noite éramos obrigados a aguardar a morte certa sem poder fugir, pois haviam bloqueado todas as saídas da cidade. Estavam todos a mercê dos predadores impostos pelo destino.

> Agora só restava uma dúzia de pessoas sobreviventes. O sol se punha de novo e não nos entregaríamos facilmente. Já sabendo que ferindo o coração elas não voltavam mais, tínhamos uma pequena esperança de vitória. O grande enigma era como conseguir ataca-las e vencer a fúria com que nos dilaceravam o corpo em busca de sangue. Para mim, o principal era esse Henry, mas nunca ele surgia durante as lutas.

A batalha foi fulminante para nós. Meu amigo, o doutor, já não estava do nosso lado. Sucumbimos completamente diante da força com que vinham, destruindo o velho galpão onde estávamos escondidos. Algo perfurou minha jugular vorazmente. Era minha vez de ir. Tudo inútil. Era minha vez de ir. Tudo o que fiz foi dar um último suspiro e... Sorrir!

"HÁ,HÁ,HÁ. PODEM VIR, SEUS TOLOS. JÁ CHEGA DE BRINCADEIRA."-Agora era minha vez me fazer ouvir em suas mentes.-"SEI QUE PODEM ME OUVIR. ONDE ESTÁ HENRY?"-Aquele que havia me tocado agora dava um brado agonizante, sabendo que bebera veneno. Sangue morto.

"Como? Você está morto! Mas como podia andar de dia, quem é você?" - Quem buscavam as respostas agora eram eles. Idiotas. Um a um os exterminava, arrancando seus corações fracos. Como fizeram uns aos outros. Não eram nada mais que fantoches de um ser maior, que os comandava. Alguém que eu caçava, mas não estava ali. Já imaginava.

Cheguei próximo ao doutor, que agora espumava sangue e saliva em meio a palavras sem sentido. Resolvi poupar-lhe a imortalidade e lhe dar consciência, como gratidão às vezes que pensou em me salvar. Mais distante um pouco estava a jovem que desencadeou a destruição de sua cidade. Ao sondar sua mente, vi que era imprestável também. Tinha sido apenas mais uma amante de Henry. Como castigo por sua imprudência, amarrei seu corpo ao poste na praça para que aguardasse o sol chegar e refletisse no sentido egoísta de seus desejos carnais, condenando todo seu povo a um fim tão deplorável..

Mais uma vez minha busca havia sido inútil. Mais uma vez meu disfarce havia sido descoberto. E eu continuo procurando Henry. Continuo buscando destruir quem começou minha triste história. E continuo relatando em meu diário essa maldição que me acompanha. Ah, o doutor ainda tem suas dúvidas sobre o que está acontecendo, sobre como tudo isso se iniciou. Mas eu só lhe contei que meu nome é Luke. E sobre o início disso tudo... Bem, isso já uma outra história. 
 
 
por: Aline Matos 

O QUADRO DO PALHAÇO



Festa de aniversário na casa de André, ele estava completando 8 anos, entre os vários presentes, um recebeu atenção especial, um quadro com a gravura de um palhaço, ele usava um chapéu amassado com uma flor morta e tinha uma fisionomia triste.
André não tinha mais tranqüilidade para brincar no seu quarto, se sentia vigiado pelo estranho quadro pendurado na cabeceira da cama. Ele tinha a impressão que o palhaço se mexia enquanto ele brincava.
O pior era quando anoitecia, na hora de dormir ele ouvia estranhos ruídos que pareciam vir do quadro, levantava, ligava a luz e lá estava o palhaço com o semblante triste, mas ao mesmo tempo um sorriso cínico. O medo era tão grande que um dia ele teve um terrível pesadelo com o palhaço, acordou no meio da noite, e foi correndo para o quarto da sua mãe.
Acordou disposto a dar fim naquele medo, pegou o quadro colocou no chão e ficou observando aquela gravura, era como se o palhaço tivesse vida. André pegou uma faca e começou a raspar os olhos do temível palhaço, sem os olhos ele não parecia tão terrível assim. Quando sua mãe chegou e viu o que ele tinha feito com o quadro ficou muito nervosa, lhe deu uma surra, e o pior, deixou André de castigo trancado no quarto.
Ele não sabia o que fazer, ele sentia a presença do palhaço no quarto, se apagava a luz ficava vendo coisas, se acendia lá estava a gravura, agora sem olhos e com um ar de vingança. Pegou o quadro e colocou embaixo da cama, deitou e pensou que tinha achado uma boa solução, mas começou a ouvir uma risada, bem baixinha, como se estivesse provocando.
- Lá, lá, lá lá lá. Não estou ouvindo nada! – começou a cantar com as mãos tampando os ouvidos.
André sentiu um forte puxão em seus braços.
- Agora você vai ouvir!!! - disse o palhaço em cima de sua cama, o garoto não podia acreditar que o palhaço estava na sua frente, não era uma gravura, era real, seu rosto era sombrio, sua maquiagem estava desbotada, usava uma roupa rasgada, fétida, era como um circo de horrorres.
- Me larga, seu palhaço horroroso... Me larga!!! – gritou André se debatendo.

O palhaço continuou a segurá-lo com muita força, e dava gargalhadas, de seus olhos escorriam um líquido negro, o palhaço ergueu a mão e enfiou com toda força no peito de André. Ele sentiu o amargo sabor da morte em seus lábios, não podia se entregar, não podia deixar sua vida escapar, de repente um clarão, e uma forte sacudida em seus ombros.
- Acorda, filho! Acorda! Calma... Foi apenas um pesadelo." – disse sua mãe.A mãe de André deixou ele dormir no quarto dela. Mas ele sabia que seria só naquela noite, e teria que enfrentar o quadro novamente.
Na escola, ao contar o que aconteceu, seus amigos lhe deram a idéia de queimar o quadro.
Com um saco de lixo eles entraram no quarto sem que a empregada percebesse, pegaram o quadro e botaram dentro do saco.
- Onde vamos queimar? – perguntou André aos seus colegas.
- Na minha garagem! Vamos botar fogo nesse palhaço! – respondeu Fernando.
Jogaram muito álcool, pularam em cima do quadro, chutaram a gravura do palhaço, cuspiram em cima dele, um verdadeiro exorcismo.
-Taca fogo, André! Queima ele!" – gritou FernandoAndré riscou o fósforo e jogou em cima do quadro. As labaredas consumiram o quadro, a gravura se desmanchou até não restar mais nada. Todos comemoraram. Menos a mãe de André que ficou revoltada ao saber que o garoto tinha destruído o quadro que seu avô lhe dera.
Era festa de aniversário de Fernando, já tinha passado alguns meses após o acontecido, todos os amigos reunidos inclusive André, muitos presentes chegaram, carrinho de controle remoto, vídeo game, bola, mas faltava desembrulhar um presente, ninguém sabia quem tinha dado aquele, estava encostado na parede, embrulhado com um papel marrom.
- Oba! Vamos ver o que é esse! - gritou Fernando chamando os colegas. -Acho que é um jogo! – disse André. - Não! Eu acho que é um quebra-cabeça!E ao desembrulhar a terrível surpresa...
- O quadro do palhaço!!!!
FIM 
 
 
por: Aline Matos

O QUE É REAL?



Tudo era dor,dor e medo.Ela se esgueirava pelos corredores escuros do que um dia fora sua casa; ela evitava olhar as paredes manchadas de sangue e pisar nos pedaços de pele espalhados pelo chão.Todos estavam mortos, sim, mortos,mutilados e com seus pedaços espalhados na casa inteira ou, ainda pior, na barriga de algum morto-vivo.Chegando ao seu antigo quarto, não pode evitar as lágrimas ao ver o bercinho ensangüentado. Ela se deixou cair no chão, chorou por um longo tempo. Os arranhões em seu corpo ardiam, ela sentia um estranho gelar nas veias.Fraca e enjoada, ela se arrastou até a cama imunda e se encolheu dormindo.
Acordou com o ruído das criaturas subindo a escada. Não estava mais com medo, estava com ódio.Sua mão tocou a barra de ferro debaixo da cama, seus olhos felinos brilharam no escuro e seus pés mal tocaram o chão antes que ela acertasse o primeiro morto-vivo. Na cabeça,destruindo-o. O segundo levou a barra no pescoço,foi decapitado; o terceiro sentiu a barra atravessar seu peito e logo depois a cabeça.Ela apenas deixava o sangue espirrar,nada mais importava,tudo que amava estava destruído. Mesmo depois que nenhum deles se mexia, ela continuava batendo e batendo.Quando a raiva passou, ela sorriu,bateu a barra de leve numa das mãos dizendo:
- Mais...Mais... Quando percebeu estava na rua,batendo em todos que via pela frente, ela queria apenas bater,bater e matar.Nem percebeu que seu corpo se modificava, cada vez mais frio, cada vez mais morto, enquanto o sorriso louco tomava conta de seu rosto permanentemente e uma única palavra saía de sua boca.
- Mais...Mais...
O QUE É REAL?




por: Aline Matos

BEIJOS GELADOS



Seus olhos brilharam quando ela viu aquele corpo. Com as pontas dos dedos, ela podia sentir a temperatura e a maciez daquela pele branca totalmente despida. Camille também se despiu e começou a alisar o peito, os braços, as pernas, sentir cada músculo. Seu corpo tremia de prazer. Com os lábios, sentia o sabor... Era algo inexplicável. O prazer só dependia dela. Apreciava beijar aqueles lábios frios, lambê-los... Fazia suaves movimentos circulares com a língua. Subiu em cima dele e simulou uma penetração impossível.
Enquanto se esfregava e gemia de prazer, olhava para o amigo que a assistia no canto da sala, sentado em uma cadeira. Enquanto fazia isso, tocava suas partes intimas, excitando-as. Marcos adorava ver aquilo. No entanto, já era tarde. Sussurrando para não ser ouvido, pediu para que ela terminasse, pois os familiares já estavam na sala ao lado, esperando o ente querido. Ele precisava terminar os preparativos, maquiar e vestir o falecido. A garota deu-lhe um beijo de agradecimento por mais uma noite de prazer e se foi.
Camille e seu amigo agente funerário se conheciam há muito, desde os tempos de colégio. Em certa época da vida, descobriram o mesmo gosto pela morte. Isso se deu quando ela, curiosa, quis visitar o local de trabalho do amigo. Ao avistar o corpo másculo de um rapaz, excitou-se. A partir dali, convenceu o amigo a liberar sua entrada no necrotério municipal para suas pequenas orgias. No inicio, Marcos achou muito estranho, mas, levando em conta o corpo dela, moldado em academias, cedeu, participando algumas vezes da festa. Geralmente, esses eventos aconteciam à noite. Durante o dia, a garota estudava em sua casa.
Assim que um corpo de homem que, aos olhos dele, agradaria Camille, dava entrada no necrotério, o amigo ligava para ela; naquela noite não seria diferente...
- Oi – beijou-o – E meu falecido. Quem é?
Ele sorriu.
- Você vai gostar. – descobriu o lençol branco. O nome dele é Roberto, tinha 23 anos e morreu em um acidente de moto, mas não ficaram muitas marcas.
Ela o examinou e abriu um largo sorriso.
- Hummm, ele parece ser bom. – tocou-o – Eu estava precisando me distrair mesmo... Tava de saco cheio de ficar em casa!
- Mas temos que ser rápidos. A família já está na sala ao lado, esperando para o velório.
Ela assentiu com a cabeça. Esses riscos a excitavam. Adorava ser pressionada.
- Vou deixar vocês a sós por um tempinho, enquanto preparo a roupa e a maquiagem. – virou-se para o corpo – Seja um bom garoto, Roberto! Faça tudo o que ela mandar... – disse, saindo.
Camille aproximou-se do ouvido do falecido e sussurrou:
- Agora somos só eu e você, Beto!
Passou dois dedos nos lábios do falecido e levou-os aos seus, isso um pouco antes de tirar a sua blusa e deitar sobre o corpo frio à sua frente. Em seguida, colocou a língua para fora e lambeu a boca dele, sentindo o gosto cru da morte, além de seu cheiro acre. Para ela, amar um morto, mesmo que por alguns minutos, era algo mágico, diferente, um ritual com muita energia. Não era apenas sexo. Marcos também gostava, mas em uma escala menor. Sempre que entrava um cadáver de mulher que o agradava ele passava a mão e se acariciava também.
Camille estava muito excitada e passou a se masturbar, gemendo baixinho, enquanto aumentava o ritmo em que conduzia a mão do cadáver. De súbito, Marcos retornou a sala, deslumbrando a cena. Ficou ali, encostado na porta, olhando-a . Com os olhos entreabertos, ela ensaiou dizer um “vem” com os lábios. Contudo, o som não saiu. O amigo entendeu e aproximou-se. Os dois se beijaram e amaram-se por longos minutos. Seria quase um ménage se Roberto pudesse agir.
Saciados, vestiram-se e prepararam Roberto para o velório. Ela, de tanto acompanhar o amigo nas madrugadas na funerária, já havia adquirido experiência em maquiar e vestir os mortos.
- Pronto! Está lindo, arrumado e cheiroso... Se pudesse ficaria horas com ele. – disse, enquanto acendia seu cigarro.
- Quando o presunto é boa pinta, fica mais fácil, né? – respondeu Marcos – Estou uns quinze minutos atrasado. Vou pedir para os rapazes me ajudarem com o caixão. – beijou-a.
- Valeu! – sorriu – Quando tiver umas carnes gostosas assim, não deixe de me ligar. – deu uma leve piscada e saiu.
Camille saiu pela porta dos fundos, como de costume, e foi andando lentamente, passando por trás das salas de velório. Enquanto caminhava, observava a lua minguante no céu, cercada de estrelas. Adorava o cheiro suave da noite. Nela, todos os seus prazeres eram consumados. Contudo, por conta dessa observação, deixou de prestar atenção por onde andava, razão pela qual tropeçou em um pedaço de lápide cravado na terra. A conseqüência disso foi uma queda que fez sua cabeça ir de encontro a uma pedra tumular. Ficou alguns segundos atordoada. Ao se levantar, passou a mão na testa e notou que havia um pouco de sangue.
- Mas que merda! – resmungou.
Enquanto tirava terra da roupa, procurou onde tinha tropeçado e achou o resto da lápide. Havia uma inscrição. Ela se agachou e limpou a terra que escondia uma parte.
Maldito daquele que perturbar o descanso dos mortos.
Camille assustou-se. Achou de mau gosto alguém ter colocado aquilo em uma lápide, Parecia uma ameaça, uma maldição lançada.
- Uma maldição lançada para mim... – pensou em voz alta.
Estranhou a coincidência de ter tropeçado justamente em uma lápide com aqueles dizeres.
- Bobagem! Foi só uma merda de coincidência, eu não acredito nessas porcarias. – esbravejou, pulando o muro do cemitério.
Enquanto caminhava pela rua escura, sua cabeça doía muito e continuava a sangrar. Estava com medo. Pela primeira vez, Camille sentiu medo do que estava fazendo.
Maldito daquele...
Aquela inscrição não saía da cabeça dela.
Ela estava com medo. Ansiava por encontrar alguém, mas a rua estava deserta e escura. Mal podia ver o chão. Cruzou os braços e foi andando, trêmula. Repentinamente, tropeçou em suas próprias pernas e caiu novamente. Ficou alguns segundos no chão e começou a chorar.
- Você está bem?
Ela levantou a cabeça, antes de frente para o chão e só conseguiu visualizar um par de botas. A pessoa ajudou-a a se levantar e foi tirando-a do breu da madrugada. O pavor que subitamente tomou conta dela a impedia de pronunciar qualquer palavra, nem sequer um obrigado ao samaritano. Enquanto caminhavam, ele puxou papo.
- Qual é o seu nome?
- Camille!
- Você fuma? Pode me ceder um cigarro?
Ela tirou um do maço e entregou a ele.
- Pode acender para mim?
Ela pegou o isqueiro e, com as mãos tremendo, levou-o até o cigarro na boca dele. Ao acender, a chama iluminou o rosto do rapaz, e ela o reconheceu imeditamente.
- N-Não pode ser!
Ela se desesperou, empurrou-o tentando correr. Não podia acreditar que era ele. Correu muito até avistar a ponte. Olhou para trás e viu que não a seguia. Estava sem ar, não conseguia pensar em nada, só queria chegar em casa e esquecer essa terrível noite.
- Só eu e você! Agora somos só eu e você... Não foi isso que você me falou?
Era ele, agora tinha certeza, ela não conseguia correr, sentia que seu corpo já não respondia mais, caiu de joelhos.
- Não pode ser! Você está morto...! Me deixe em paz! – gritou.
Era sua maldição, maldita lápide, maldita maldição que caíra sobre ela.
Dias depois, Marcos ficou muito tenso quando chegou aquele corpo. Retirou o lençol que a cobria. Não podia acreditar que aquela fatalidade tinha acontecido. Ela estava morta. Havia dois dias, estava com ele. Fora encontrada morta naquela madrugada, resultado de um acidente banal: havia caído sobre uma pedra no cemitério. O laudo apontou uma concussão profunda no crânio. Para sorte dele, não descobriram que eles estavam juntos na funerária. Passou em sua cabeça tudo o que eles fizeram, desde quando se conheceram até a ultima noite. Lembrou das transas, de todos os mortos que saciaram seus desejos. Agora era ela, era a garota que ele amava, a pessoa que mais se parecia com ele. Tinha de ser a despedida era a última vez. O corpo de Camille o excitava, ela parecia estar dormindo. Marcos tirou a roupa e começou a tocar o corpo dela. Beijou seus lábios, seus seios e a penetrou. Ele tinha a sensação de que não estava sozinho. Estava certo. No canto da sala fria e úmida, Roberto e Camille observavam, com paciência. 

por: Aline Matos

26 de jan. de 2010 Espírito ataca mulher em elevador

Esse video já circula na internet a um tempo. Fica aqui para o arquivo de videos fantasmas.
Nele uma mulher entra no elevador normalmente quando ela aparentemente é atacada.... pelo que ?
vejam o video...

 

 

19 de jan. de 2010 Fantasma em Riacho - Paraguai (Celular)

As imagens que você verá a seguir fora gravadas por alunas da localidade de Yatytay, Itapúa - Paraguai. Elas participavam de uma reza para um jovem que havia se suicidado quando uma delas decidiu filmar um riacho localizado na propriedade da família do finado e se deparou com uma terrível surpresa: a silhueta de uma pessoa que não se vê a olho nu, mas somente na tela do celular.
Este fato ocorreu no dia 12 de agosto na propriedade da família Rojas, onde se realizava uma reza para o jovem Vicente Rojas, de 27 anos, que havia se suicidado três dias antes.
As meninas participavam da reza quando decidiram ir até um riacho que passa atrás da propriedade da família Rojas para gravar umas imagens e mostrar para os amigos que o local era uma boa opção para passar as férias de verão.
A garota que realizava a gravação, conhecida como Nani, vê a silhueta de um homem que aparece caminhando na tela de seu celular, mas suas amigas não vêem a olho nu. Ela insiste com suas amigas que tem uma pessoa no local e mostra a tela do celular, provocando um susto nas jovens que se retiram do local aos gritos.
O correspondente do jornal paraguaio "Ultima Hora en Encarnación", Raúl Cortese explicou que o fato veio a público somente nos últimos dias porque a família das garotas não queria expor as menores.

Jovem contaminada pelo cadáver


02:45 - Uma tal jovem, de identidade e idade desconhecidas, estaria internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base (HB) de Rio Preto e estaria correndo o risco de perder os lábios e o queixo devido a uma bactéria que só existe em cadáveres. Dizem que médicos não descartam a possibilidade de a garota morrer em decorrência do problema. A menina teria ido parar no HB depois de beijar um rapaz durante uma micareta que aconteceu em abril deste ano em Rio Preto. O rapaz, que teria vindo de São Paulo, matou a ex-namorada e manteve o corpo da garota em casa. Durante esse período, ele manteve relações sexuais com a morta e pegou a bactéria, que contaminou a garota que está internada no HB.Esta é apenas mais uma história que surge não se sabe de onde, espalha-se pela cidade e acaba virando mais uma das incontáveis lendas urbanas, que todo mundo conhece mas ninguém viu. São histórias passadas de uma pessoa para outra que geralmente possuem elementos de alerta, terror ou humor. A história da menina infectada pela bactéria já foi contada nos Estados de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande so Sul e até mesmo em Brasília (DF). Ninguém viu ou sabe quem é a garota. Ela é sempre amiga de um conhecido. Outro fato que faz a veracidade da história desaparecer é o HB não ter nenhum paciente internado nos últimos meses com as características da suposta menina contaminada. “Não existe qualquer investigação na Polícia Civil de Rio Preto sobre este fato. Nenhum boletim de ocorrência foi registrado e ninguém foi preso por ter matado a namorada e ocultado o corpo”, afirma o delegado Seccional de Rio Preto, Jozeli Donizete Curti. “Isso é imaginação do povo.”
Apesar disso, a narrativa ganhou corpo. Em qualquer lugar de Rio Preto - faculdades, escolas, bares, lojas, na Prefeitura e até mesmo no Fórum - é possível ouvir a história, que ganha novos detalhes a cada dia. “A menina é estagiária da Prefeitura, um professor da faculdade disse que é verdade. Uma amiga da minha mãe conhece a mãe da menina, que está entre a vida e a morte. Os médicos demoraram para descobrir de onde vem a bactéria”, diz Carolina, 20 anos, estudante de publicidade. Funcionários do Fórum chegaram a procurar nos cartórios criminais algum inquérito ou processo que relatasse a história. “Falaram que é verdade. O inquérito chegou no cartório com pedido de prazo e voltou para a polícia concluir a investigação. Estão abafando o caso porque a menina é filha de um médico importante da cidade”, disse um funcionário do Judiciário, que passou o “furo de reportagem” sob a condição de anonimato.No Orkut, site de relacionamento, a história é tema de grupos de discussão. Enquanto alguns adolescentes afirmam ser verdadeira a história, outros riem da inocência daqueles que adotaram a lenda urbana como real e repassam a história com novos detalhes: o corpo da namorada morta ficou dentro de um freezer; o rapaz colocou o cadáver dentro de uma banheira com formol; a polícia achou o corpo por causa do mau cheiro, mas o garoto fugiu. “Foi feito um boletim de ocorrência. Os policiais foram entregar a intimação (ao rapaz) e descobriram que ele mantinha relação sexual com a ex-namorada morta e que estava guardada dentro de um frezeer. Ele comeu metade do corpo dela (como se fosse comida), agora recebemos informações que a menina estava em coma, já estava toda comida por dentro e que ela já faleceu. Isso é verdade sim, que isso sirva de exemplo e para não ficar beijando qualque um”, narra um dos integrantes do grupo de discussões sobre o assunto no Orkut.

Lendas ganham fama

Forte carga de suspense e elementos sobrenaturais são itens que não podem faltar em uma lenda, seja ela urbana ou não. De acordo com a escritora Heloisa Prieto, autora de livros sobre lendas e pesquisadora do processo de criação literária, a narrativa mágica seria uma forma de falar das emoções ancestrais, os temores universais, como da morte, por exemplo. “Histórias assim são uma maneira de nos lembrar que a vida é finita. Diante do tempo cronológico, da fragilidade do corpo humano, do acaso, todos somos iguais, portanto, trata-se de lembretes bem democráticos”, afirma a escritora.Uma das mais tradicionais lendas urbanas é a da “loira do banheiro”, fortemente difundida entre alunos da rede pública de ensino há muitos anos. Diz a história que uma garota muito bonita de cabelos loiros com aproximadamente 15 anos, sempre planejava maneiras de “matar” aula. Uma delas era ficar no banheiro da escola esperando o tempo passar. Um dia, um terrível acidente aconteceu. A loira escorregou no piso molhado do banheiro e bateu a cabeça no chão. Ficou em coma e pouco tempo depois morreu. A menina não se conformou com seu fim trágico e passou a assombrar os banheiros das escolas. Muitos alunos juram ter visto a famosa loira do banheiro, pálida e com algodão no nariz para evitar que o sangue escorra. “A história da loira do banheiro é verdade. Fui com meus amigos no banheiro da escola, demos descarga algumas vezes, falamos palavrões e ela apareceu no espelho. Eu vi! A menina é loira mesmo”, afirma o estudante Antonio Saturnino Junior, 16 anos.Heloisa afirma que é fácil reconhecer uma lenda urbana, pois há elementos essenciais que fazem parte de todas elas. “São narrativas apócrifas, que tangenciam o sobrenatural como as lendas antigas, situando a trama em contexto real e contemporâneo. Elementos como hospitais, remédios, táxis e aviões fazem parte dessa nova combinatória dos antigos causos”, diz a escritora. Em Rio Preto, outras lendas povoaram o imaginário das pessoas e de tanto serem repetidas se tornaram verdades para aqueles que as contavam. Uma delas é a história de uma criança que teria sido picada por uma cobra dentro da piscina de bolinha de uma lanchonete. Assim como a história da garota infectada pela bactéria do cadáver, ninguém nunca soube o nome da criança. A história correu o País e, em algumas cidades, o acidente aconteceu em outros restaurantes. Durante a construção de um hipermercado, em Rio Preto, surgiu a história de que uma caveira foi filmada pelas câmeras de segurança do local empurrando um carrinho de compras. A história foi contata em todos os bairros da cidade, mas as imagens nunca existiram. Noiva do CubatãoHistória sinistra também é contada pelos lados de Ibirá e Urupês. Dizem que ali, próximo à divisa dos municípios, num trecho bucólico cortado pelo córrego Cubatão, uma noiva trajada a rigor sai em noite de lua cheia para assombrar motoristas. Seu alvo são homens que, de alguma forma, fazem lembrá-la do noivo que a teria abandonado no altar. A versão de que ela teria sido abandonada no altar não é única. Alguns dizem que a mulher teria se afogado nas águas do córrego durante a festa de casamento, às margens do Cubatão. O motivo, não se sabe. Fato é que, vez ou outra, o carro de algum motorista seria ‘visitado’ por ela enquanto trafega por aquelas bandas.

12 de jan. de 2010 A Ilha das Bonecas Mortas !

Elas têm um olhar frio e assustador, como se estivessem a avisar os visitantes ...

Na Isla de La Munecas ( Ilha das Bonecas ), México, estão mais de 1000 bonecas espalhadas pela ilha .

Foram espalhadas pelos residentes para assustar os visitantes e fazer com que estes saiam da ilha !!


São tão assustadoras , que parecem estarem mortas





E porquê ?

Em 1951, uma menina afogou-se num canal de água da região e os habitantes dizem que o espirito dela nunca teve descanso, espirito esse que apoquenta o florista Julián Santana Barrera que mora perto do canalonde a menina morreu !

Ele descobriu uma maneira de o Espirito o deixar em Paz ...

Bonecas velhas ( perdidas ou deixadas pelos visitantes da ilha) parece que fazem o Espirito afastar-se !! As primeiras bonecas foi ele próprioque as pendurou numas árvores ,mas depois outros habitantes e visitantes ficaram curiosos e acabaram por lhe levar mais bonecas ,na esperança de o ajudarem a viver descansado !






Pregavam-nas, penduravam-nas , ... havia bonecas espalhadas por todo o lado !




 


No entanto ,um final feliz não foi o que teve o florista Julián Santana Barrera, pois em 2001 ,50 anos após a menina se ter afogado, ele morreu ... tambem afogado no mesmo sitio que ela !